segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Soneto de Fidelidade (Vinicius de Moraes)

Para os eternos apaixonados (e românticos):

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

Um comentário:

  1. Muito bonito esse soneto. Se as palavras pudessem se concretizar, quem sabe o mundo estaria a salvo!

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